sábado, 1 de enero de 2011

1831- Capoeiras en desordenes Sao Paulo

“Illustrissimo Senhor Juiz de Paz=Como cidadão Brazileiro obediente a Lei, e amante da ordem tenho a honra de levar ao conhecimento de V. Sa. o sucesso seguinte. No domingo 27 do mez proximo passado [affuio] a vim (...) de açoens d’esta [Chacra] um grande número de escravos da cidade como 50, ou 60, armados de pás e faca se portarão em grupos em torno d’ella e 10, ou 12 virão bater ao meu portão desafiando os meus escravos ladinos que são 22 estes promptamente tão bem prepararão-se e mais a uns trinta e tantos novos mas possantes e castiados a 2 annos. No interior da minha caza fui informado por um homem branco da proxima tragedia que estava a apparecer em scena forão immediatamente aferrolhados os meos, e mandei por 2 brancos saber que pretendião os sitiantes, mandarão ousadamente resposta que querião mostrar aos negros cariocas a primponeza dos negros paulistas. Redobrarão então os assobios, e assoadas. Destes capoeiras dizem serem os chefes uns 2, ou 3 de barretes vermelhos. He-me desconhecido o motivo d’esta rivalidade, mas os meos ladinos me informão que não é outro mas que o de uns serem do Rio e outros de São Paulo ao mesmo tempo que todos eles são africanos. Seja ele qual for termo no Domingo seguinte a nomeação do mesmo acto, que se pode tornar consequente e funesto. A V. Sa. Senhor compete providencias. Digne-se V. Sa. pois a aceitar as cinceras [expressões] da distincta concideração com que me [louvo] ser de V. Sa. o mais attento venerador e criador=Antonio Joaquim de Macedo=Chacra do Bom Sucesso, 5 março de 1831".3
3
Arquivo do Estado de São Paulo (AESP). Ofícios Diversos da Capital, 1831, C00867, pasta 1, doc. 98.

1 comentario:

AEC dijo...

“Hey por bem que de todos os negros que de Angolla forem a Capitania do Rio de Janeiro, se tirem nella cada anno duzentos negros para os Paulistas, os quais se lhes hão de vender pelo mesmo preço, por que venderem os da terra, fazendosse a venda por corretor que os officiaes da Camara nomeassem com o livro de Registro e arecadaçaõ, com declaração de nome dos escravos e suas marcas e dos nomes dos compradores e vendedores do dia mez e anno das vendas [...]”.Documentos interessantes para a história e costumes de São Paulo, v.51, p.12-4. Apud, BLAJ,
Ilana, 2002, p.227-228. No ano de 1702, o governador do Rio de Janeiro, D. Álvaro da Siqueira e Albuquerque solicitava um número maior de escravos africanos destinados às lavouras paulistas, argumentando que “mal se podem remediar os dos. Paulistas, naõ só pa. as suas lavouras, senaõ pa. os benefios. das minas [...]. (...) tenho noticia de q os dos. Paulistas se queixaõ de q naõ he justo q sendolhes necesso. negros, e tendo como q os pagar lhe impeçaõ o compralos, e q qdo. isto continue naõ faraõ novos descobrimtos. Pois os naõ hão de poder lavrar [...]”.Documentos
interessantes para a história e costumes de São Paulo, v.51, p.122-124. Apud, BLAJ, Ilana, 2002, p.148-149.