lunes, 28 de febrero de 2011

1878- CAPOEIRAS Ana Clara Maria de Andrade e Deolinda

A rare newspaper article from January 29, 1878 is the exception that proves the rule: EVEN THE BEAUTIFUL SEX: In the street Riachuelo, the night before last, Isabel Maria da Conceição, known as Baby, Ana Clara Maria de Andrade, and Deolinda, slave of D. Bandeira de Gouveia, were arrested for being in a fuerce fight, so much had they fought, in fact, that they appeared to be exhausted. Isabel and Ana spend their lives fighting; hence, they challenge whoever directs towards them a disagreeable word and in any fight show themselves to be experts in capoeiragem. (quoted in Soares 1999: 303).12
12 “ATÉ O BELO SEXO. Na rua do Riachuelo, antehontem a noite, Isabel Maria da Conceição, vulgo Nené, Ana Clara Maria de Andrade, e Deolinda, escrava de D. Bandeira de Gouveia, foram presas por estarem em renhida luta, e tanto haviam brigada que pareciam estar sem forças. Isabel e Ana passão a vida a brigar; e para isso desafiam quem lhes dirige qualquer palavra desagradável, e quando empenham qualquer luta mostram ser peritas na capoeiragem.” (Soares 1999: 303).

Fuente: FUENTE: HARD PLAY: CAPOEIRA AND THE POLITICS OF INEQUALITY IN RIO DE JANEIRO, KATYA WESOLOWSKI, Submitted in Partial Fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Philosophy under the Executive Committee of the Graduate School of Arts and Sciences, COLUMBIA UNIVERSITY 2007

domingo, 27 de febrero de 2011

1907- RIO- Capoeiras dominaban Campo de SanT’Anna

(PAG 8) Perto da casa, no viso dum outeiro esmaltado de madresilvas, avultava, branca e illuminada, acapellinha de São João, padroeiro da fazenda. Em baixo no começo da ladeira, em sitio agreste, verdadeiro algar, escondia-se a choça de Raymundo, velho escravo, typo sombrio, macambúzio, banzeiro, que evitava todo convivio, preferindo a vida alapardada no sórdido tugurio, onde resmoneava cantos soturnos ao som tristonho do urucungo, á intimidade da gente que, seja dito de passagem, não o via com bons olhos, tendo-o, como era crença, por aparceirado com o demónio.
(Campo de SanT’Anna, PAG 56) A' noite , ninguém ousava atravessal-o Ladrões e capoeiras dominavam-no ; os assaltos eram frequentes e os urbanos, se ouviam gritos na escuridão, faziam-se surdos, não se atrevendo a metter-se com os valentes que assenhoreavam o deserto. Pobres morcegos muito soffriam, vingandose nos pobres que lhes cabiam nas mãos. Nas ruas do Senhor dos Passos, Sabão, Alfandega e S. Pedro, na parte mais próxima do Campo, as casas de rotulas tresandavam como aringas. Eram habitadas por negros que as dividiam em compartimentos separados por uma cortina. Lá dentro fervia o « quimbande », dava-se fortuna, faziam-se philtros e despachos e nas vésperas das festas batucava-se frenéticamente ao som de atabales, ao tinir de pratos de louça repinicados pelas mulatas que se esguelavam em guinchos histéricos saracoteando lascivamente. Ainda encontrei a fama sinistra do Jucá Rosa e lembro-me de um negralhão petulante, que vestia de branco e passava sempre por entre negros zumbridos, como um rei, cuja mão muita vez eu vi beijada por mocinhas louras e crianças que as mais levantavam para receberem a benção do feiticeiro.
FUENTE: Palestras da tarde [microform] (1911), Author: Coelho Netto, Henrique, 1864-1934, Publisher: Rio de Janeiro : H. Garnier, Language: Portuguese

lunes, 21 de febrero de 2011

1889-Término Capoeira-Capoeiragem -Capueira

FUENTE:  Diccionario de vocabulos brazileiros (1889), Author: Beaurepaire, Henrique de Beaurepaire Rohan, visconde de, 1812-1894. [from old catalog], Subject: Portuguese language; Portuguese language
Publisher: Rio de Janeiro, Impr. Nacional, Year: 1889, Language: Portuguese, Notes: "Relação dos auctores e obras mencionados": p. [xv]-xvii.

domingo, 13 de febrero de 2011

cabriolavam, ás gingas, brincando de capoeiragem

(pag 216) . Bandos de garotos cabriolavam, ás gingas, brincando de capoeiragem. De quando em quando, aqui, ali uma voz estrugia e logo retroava o alarido. Paisanos, a cavallo, im.miscuiam-se no Estado Maior de Deodoro. Uma fiía de bondes estacionava diante do Quartel General, contida pela multidão. Passageiros, de pé, olhavam curiosos; alguns desciam, outros protestavam intimando os cocheiros a voltarem. Augmentava, a mais e mais, a turba-multa e o gradil do Parque estava emmaranhado de curiosos que marinhavam por elle, equilibrando-se difficilmente. Havia gente nas arvores. Súbito clarins retmiram em sons estriduios. Os artilheiros correram ás peças. Houve uma debandada espavorida. O povo refluiu esparrimando- se atropelladamente em todas as direcções, aos gritos : Vão atirar ! Vão derrubar o Quartel . No terreno ficaram apenas as forças, os paisanos que acompanhavam Deodoro e um ou outro popular mais ousado.
FUENTE: Miragem (1921), Author: Coelho Neto, 1864-1934, Publisher: Porto : Chardron , Language: Portuguese.

jueves, 10 de febrero de 2011

QUARTEL DO CORPO POLICIAL , RIO 1808

(pag 385-386) QUARTEL DO CORPO POLICIAL


No tempo dos vice-reis nuo havia corpo de policia ; erão os differentes regimentos que davão contingentes para as rondas nocturnas da cidade, e existião os quadrilheiros que, envoltos era capote e espadas debaixo do braço, comandados por ura cabo de ordenanças, percorrião de noite as ruas velando pelo socego publico. Bastavão essas patrulhas para a cidade tiver era segurança e tranquillidade ............. os ratoneiros, era excessivo o raèdo que o rigor da autoridade despertava, o respeito á propriedade era maior e assim reinavão o sosegó e repouso porque pesado era o jugo nesses tempos do governo de el-rei nosso senhor. Especialmente durante a policia de Miguel Nunes Vidigal viveu o Rio de Janeiro em paz e socego, já então habitava a familia real a cidade de S. Sebastião e era o activo, perspicaz e severo Vidigal o encarregado da policia.
Inventarão os gaiatos, que vião-se atormentados por essa autoridade, uma dança com o seguinte estribilho nas cantigas : — Papai lélé êeculorum.
Nessa dança a primeira figura representava o major Vidigal que, simulado morto, vinha eslender-se amortalliado no meio da saia entoandolhe era roda outras personagens cantigas allusivas que terminavão todas pelo estribilho já mencionado ; porém mais de uma vez o major Vidigal appareceu inopinadamente nesses divertimentos, mandando recolher á cadeia todos os individues ahi encontrados e sujeitalosá chibata. Se exhorbitava de suajunsdicção,secomraettia excessos só toleráveis no regimen absoluto, mostrava-se Vidigal sempre o mesmo homem, não attendia a posição, e condição sociaes e era inexorável contra os vadios e garotos (l).Mas,hoje.. grupos de capoeiras percorrem as ruas em diasde festejos públicos oureligiosos,e á sangue frio esbordoão, ferem, raatão a individues inermes ou em exercícios de cacete, faca ou punhal acutilão seus próprios companheiros ; e tão nefandos actos, crimes tão repulsivos, que depõem contra nossa civilisação, não são rigorosamente castigados, quer por escassez de recursos policiaes quer por subserviência de autoridades.
FUENTE: Rio de Janeiro : sua historia, monumentos, homens notaveis, usos e curiosidades (1877), Author: Moreira de Azevedo, 1832-1903, Volume: 02, Publisher: Rio de Janeiro : B.L. Garnier, Language: Portuguese

martes, 8 de febrero de 2011

1823- RIO DE JANEIRO "sem phantasiar de ser capoeira"

91-92-Sinto que um dos Srs. deputados entSo me arguisse, dizendo que eu temia o povo generoso do Brazil, e nâo temia a tropa. Eu, nõo obstante os cabellos brancos da mirrada cabeça, não sei o que é temor, quando acho o que é dever: mas sei também qual é o perigo de ajuntamentos populares, que podem degenerar em tumultos; prezo-me de ser cauteloso, sem phantasiar de ser capoeira ; e perdòe-me esta augusta assembléa o ter-me escapado este nome do vulgo, impróprio ao logar e objecto. Não é raciona vel o pôr em contraste, e menos em con flicto, o corpo do povo com o corpo militar, que aliás faz parte, e mui importante parte, do mesmo povo, por ter a especial attribuiçâo da defesa nacional ; o que constitue a sua profissão mui honorifica, vivendo os que a ella se dedicam, de heróicos sacrificios da própria vida pela segurança dos seus concidadãos, e gloria do Estado.
FUENTE: Fallas do throno desde o anno de 1823 até o anno de 1889 accompanhadas dos respectivos votos de ... (1889), Author: Brazil Congresso Nacional. Câmara dos Deputados, Publisher: imp. nacional
Year: 1889, Language: Portuguese

sábado, 5 de febrero de 2011

O Capanga Eleitoral " Chôros ao violão -1902"

CONTINUACIÓN….146-146-
Tive taes honras, que na própria egreja,

tirei sem magoas, muita vida ruim!
A minha faca não fazia graças ...
Deos parecia recear de Mim ¡
Não tinha pernas no sambar sestroso,
quando a creoula avelludando o olhar,
se desfolhava em contracções dengosas,
e vinha o peito de paixão magoar!
Mas, ai d'aquelle que a tentar quizesse!
N'um bello samba sempre fui tútú!
Fazia o "cujo" dár no chão dois viejos..
sacava a "bicha" sem mais nada. . . fú!!...
Mas se a creoula desse corda ao cabra,
pagava caro por querer trahir!
Pois o meu ferro sempre alerta e prompto,
nunca fez graças p'ra ninguém sorrir!
Eu fui turuna e fui moleque "cuera, ,
"destabocado", mas, aos meus, leal!
No pé, no ferro e no cacete dextro
na capangagem nunca vi rival!
Meu nome légo ás tradições da pátria
Altos poderes com a cabeça eu dei ! . .
De muita "besta" fiz um deputado…
Da monarchia "fui" segundo rei!
Deixo meu nome ás tradições da pátria!
Eu fui "nagôa" destemido. . . olé!
A minha gente nem do rei temia,
quando eu nos rolos espalhava o pé!
Hoje estou velho, esbandalhado e pobre,
mas a "faceira" (*) trago sempre cá!
Foram-se os tempos de prazer, de glorias…
mas muito sangue derramei eu já!
Arrebatou-me a magestade um dia
um chefe ingrato — Sampaio Ferraz !
Fui p'ra Fernando de Noronha logo...
Que um raio o parta e que me deixe em paz!
DO AUTOR
Musica do — Nasci como nasce, com brevissimas modificações.
(*) A faca.
FIM
fuente: Chôros ao violão [microform] : novissima e escolhida colecção de modinhas brasileiras contendo as mais populares, conhecidas e apreciadas modinhas brasileiras com a indicção das musicas com que devem ser cantadas (1902), Author: Cearense, Catullo da Paixão, 1863-1946
Subject: Popular music -- Brazil; Ballads, Portuguese -- Brazil; Modinhas; Songs, Portuguese -- Brazil, Publisher: Rio de Janeiro : Quaresma, Language: Portuguese

jueves, 3 de febrero de 2011

Ejercicios de capoeiragem

(pag 63) Leonor, uma negrinha esgalgada, espevitada e zarelha, de collo murcho, orphan, trazida dum recolhimento e João, o filho mais novo da viuva, um rapazelho sardento, muito obsceno de linguagem, que trazia a casa em constante alvoroço respondendo á mãi com insultos, atirando-se á irman ás dentadas, Numa ferocidade canina, com palavrões e acenos ignóbeis, perseguindo a negrinha indecorosamente.
Ás 'vezes traziam-no á casa ensangrentado e immundo das brigas que tivera na rua; andava sempre armado com um velho canivete que escondia no papo da camisa e descalço, o cigarro nos beiços, abalava em farandulas para as praças, para os morros, numa vida devassa e vadia. Se a mãi prendia-o ficava a fazer ejercicios de capoeiragem no corredor, cantando dobrados, a gingar, como fazia á frente dos batalhões, com uma giria sórdida e gestos desempenados. A velha, emtanto, trazia a casa aceada.
(pag 252) A pulicia punha em campo os seus esbirros mais sagazes e os mais atrevidos capoeiras para que desfizessem as reuniões e interrompessem as conferencias espavorindo o povo…………………Patrocinio transmittiu o aviso aos companheiros e, á noite, com estandartes, seguiram todas as sociedades abolicionistas para a rua do Lavradio. ………. dirigindo-se ao povo numa phrase sóbria e ponderada. Repentinamente, porém, uma grita, á porta, alvoroçou o auditório: eram os capoeiras commandados por Benjamin.
(pag 253) Foi o signal da luta. O povo arrancou em columna e começou o combate. Navalhas reluziam, tiros estrondavam, as cadeiras entrebatiam-se, partindo-se no ar. impetuosamente arrojadas. Em pouco os destroços formaram uma grande barricada por traz da qual o povo continuava a defender-se heroicamente. Anselmo, já rouco, bradava contra a infâmia ; de repente, num ímpeto, com um pé de cadeira em punho, atirou-se do camarote cahindo no meio do grupo furioso, a desancar. Vários populares seguiram o seu exemplo arrojado e, na estreita passagem, travou-se uma luta tremenda sendo os capoeiras repellidos.
FUENTE: A conquista (1913), SEGUNDA EDIÇAO, Author: Coelho Neto, 1864-1934, Publisher: Porto : Chardron, de Lello & Irmão, Language: Portuguese.

miércoles, 2 de febrero de 2011

1879- RIO Bengala de Petrópolis-capoeira

FUENTE: Bibliographia portugueza e estranjeira (1879), Subject: Portuguese literature, Publisher: Porto [etc.] E. Chardron, Year: 1879, Language: Italian