Um espetacular resgate de escravos,Luta de capoeira resgatou escravos que iam ser recambiados para São Paulo.
Muito ainda precisa ser pesquisado sobre a história da escravatura negra no Brasil e particularmente em Santos. Grandes nomes do Abolicionismo militaram em terras santistas, onde também ocorreram episódios bastante curiosos na luta contra os escravocratas. Como um espetacular resgate de escravos ocorrido no bairro do Valongo, em que a população santista simulou uma grande briga de rua, enquanto os cativos eram subtraídos ao controle da força policial paulistana (que ia levá-los de trem para a capital) e colocados a bordo dum navio francês que os deixaria a salvo num porto do Norte do País.
Esse caso foi um dos inúmeros destacados por Francisco Martins dos Santos, em sua História de Santos, publicada em 1937 (segunda edição em 1986 pela Editora Caudex Ltda., de São Vicente, junto com a Poliantéia Santista do pesquisador Fernando Martins Lichti). Esse trabalho continua sendo apresentado a seguir:
A campanha da Abolição
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Em 1882 fazia um ano que se fundara a Bohêmia Abolicionista, valente agremiação da juventude local, imaginada e organizada por Francisco Bastos, Antonio Augusto Bastos, Guilherme e Pedro de Melo, Antonio Couto, Artur Andrade, Antero Cintra, Luciano Pupo e Eugênio Wansuít, aos quais se juntaram, depois, Paulo Eduardo e José Vaz Pinto de Melo Júnior, Brasílio Monteiro, Joaquim Montenegro e outros.
O cidadão Fortes, um santista de Sergipe e excelente capoeira, como dezenas de outros que existiam entre os abolicionistas da linha de frente, entrou de repente em tremendas rasteiras, rápidas e certas, secundado por outros em redor, derrubando os soldados da captura e os capitães-do-mato, que já sorriam vitoriosos, enquanto a multidão confundia-se com eles, aos gritos, e Geraldo Leite saltava para cima da carroça tocando os animais a galope, para junto do velho Porto do Bispo, onde uma embarcação, já preparada, logo recebia os negros, carregando-os, à força de remos ágeis, para um dos navios franceses fundeados ao largo. Estavam livres sob a bandeira da França; não havia mais remédio; o navio estava de partida e, que se saiba, não houve protestos diplomáticos... Os fugitivos desceriam num porto do Norte do País, sob a proteção do consulado francês!
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