O REMO ATRAVÉS DOS TEMPOS
2ª EDIÇÃO
DAS ORIGENS ATÉ 31/12/1990
HENRIQUE LICHT
1931-01/10
Alguns meses após o término da Revolução de 1930, foi decida a ampliação do efetivo da Policia Especial do Distrito Federal, passando a ser recrutados remadores dos clubes do Rio de Janeiro, especialmente do Vasco da Gama, Guanabara e Flamengo, além de lutadores profissionais de box e catch.
Estes remadores tiveram destacadas participações em regatas e campeonatos, além
de integrarem uma guarnição famosa, o “oito da Polícia Especial”.(pag 180)
http://www.crpiraque.com.br/o_remo_atraves_dos_tempos_2a_edicao.pdf
Paula Cristina da Costa Silva
A EDUCAÇÃO FÍSICA NA RODA DE CAPOEIRA... ENTRE A TRADIÇÃO E A GLOBALIZAÇÃO
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Educação Física
Campinas/SP Outubro/2002
No caso do Prof. Inezil Penna Marinho, isso não seria diferente. Em sintonia com as idéias em voga, foi um entusiasta da inserção da Capoeira na Marinha 101 e participou da Polícia Especial do Governo de Getúlio Vargas, conhecida como os cabeças-de-tomate, comandada pelo Capitão Felinto Muller, no período do Estado Novo102. Em um de seus livros, ele destaca a criação deste órgão da seguinte maneira:
A cinco de agôsto, é criada a Polícia Especial do Distrito Federal, mais tarde organizada pelo Decreto nº 22.332, de 10 de janeiro de 1933, que dispôs sobre os serviços da Polícia Civil do Distrito Federal de um modo geral. O Sr. João Alberto, então chefe de Polícia, entrega a organização dessa Polícia ao Comandante Euzébio de Queiroz Filho, que escolhe, para integrá-la numerosos atletas de todos os ramos esportivos. Assim, passou a Polícia Especial a ser um verdadeiro centro de atletas da Educação Física fez-se ali o mais sagrado culto e o seu Departamento de Educação Física serviu de modêlo aos de várias instituições, inclusive as similares que posteriormente surgiram nos Estados (MARINHO, 1953, pp.31 – 32).
Essa Polícia Especial, criada em 1932, ganhou um caráter específico a partir de 1935, quando assumiu o papel de repressão aos indivíduos e/ou instituições contrárias ao regime totalitário de Vargas. Talvez tenha sido por ocasião de sua participação na Polícia Especial que Inezil Penna Marinho tenha tido seus primeiros contatos com a capoeiragem, pois, de acordo com Antônio Liberac C. S. Pires (2001, p. 104), tempos depois da chegada de Sinhôzinho - o responsável pelo treinamento de inúmeros lutadores de Capoeira de ringue - ao Rio de Janeiro, este treinador irá trabalhar como instrutor de lutas na Polícia Especial e Municipal.
Como já mencionamos no tópico referente às lutas de ringue, o autor foi um de seus alunos e se reportou ao seu professor da seguinte maneira: Aqui no Rio, Sinhôzinho mantém uma academia no Ipanema, destinada aos moços grã-finos que desejam ter algum motivo para se tornar valentes. Visitamos a academia de Sinhôzinho, de quem fomos aluno há uns oito anos e admiramos o seu notável esforço em não deixar a capoeiragem morrer [...] (MARINHO, 1945, p. 30). Além disso, ele demonstra toda sua admiração dedicando sua obra a Sinhôzinho e ao nosso já conhecido Annibal Burlamaqui, o Zuma.
101 Este dado foi obtido junto aos estudos de Pires (2001, p. 108). Inclusive consta nesta obra a referência que Inezil Penna Marinho teria sido oficial da Marinha, mas não tivemos como conferir esta informação.
102 Sobre a participação de alguns professores de educação física na repressão política no Estado Novo, através da polícia especial, vale a pena consultar o depoimento do Profº La Torre de Faria no livro de Castellani Filho (1991, p. 138).
http://br.oocities.com/capoeiranomade2/A_Educacao_Fisica_na_roda_de_capoeira_entre_a_tradicao_e_a_globalizacao-Paula_Silva.pdf#page=79
Paula Cristina da Costa Silva
A EDUCAÇÃO FÍSICA NA RODA DE CAPOEIRA... ENTRE A TRADIÇÃO E A GLOBALIZAÇÃO
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Educação Física
Campinas/SP Outubro/2002
No caso do Prof. Inezil Penna Marinho, isso não seria diferente. Em sintonia com as idéias em voga, foi um entusiasta da inserção da Capoeira na Marinha 101 e participou da Polícia Especial do Governo de Getúlio Vargas, conhecida como os cabeças-de-tomate, comandada pelo Capitão Felinto Muller, no período do Estado Novo102. Em um de seus livros, ele destaca a criação deste órgão da seguinte maneira:
A cinco de agôsto, é criada a Polícia Especial do Distrito Federal, mais tarde organizada pelo Decreto nº 22.332, de 10 de janeiro de 1933, que dispôs sobre os serviços da Polícia Civil do Distrito Federal de um modo geral. O Sr. João Alberto, então chefe de Polícia, entrega a organização dessa Polícia ao Comandante Euzébio de Queiroz Filho, que escolhe, para integrá-la numerosos atletas de todos os ramos esportivos. Assim, passou a Polícia Especial a ser um verdadeiro centro de atletas da Educação Física fez-se ali o mais sagrado culto e o seu Departamento de Educação Física serviu de modêlo aos de várias instituições, inclusive as similares que posteriormente surgiram nos Estados (MARINHO, 1953, pp.31 – 32).
Essa Polícia Especial, criada em 1932, ganhou um caráter específico a partir de 1935, quando assumiu o papel de repressão aos indivíduos e/ou instituições contrárias ao regime totalitário de Vargas. Talvez tenha sido por ocasião de sua participação na Polícia Especial que Inezil Penna Marinho tenha tido seus primeiros contatos com a capoeiragem, pois, de acordo com Antônio Liberac C. S. Pires (2001, p. 104), tempos depois da chegada de Sinhôzinho - o responsável pelo treinamento de inúmeros lutadores de Capoeira de ringue - ao Rio de Janeiro, este treinador irá trabalhar como instrutor de lutas na Polícia Especial e Municipal.
Como já mencionamos no tópico referente às lutas de ringue, o autor foi um de seus alunos e se reportou ao seu professor da seguinte maneira: Aqui no Rio, Sinhôzinho mantém uma academia no Ipanema, destinada aos moços grã-finos que desejam ter algum motivo para se tornar valentes. Visitamos a academia de Sinhôzinho, de quem fomos aluno há uns oito anos e admiramos o seu notável esforço em não deixar a capoeiragem morrer [...] (MARINHO, 1945, p. 30). Além disso, ele demonstra toda sua admiração dedicando sua obra a Sinhôzinho e ao nosso já conhecido Annibal Burlamaqui, o Zuma.
101 Este dado foi obtido junto aos estudos de Pires (2001, p. 108). Inclusive consta nesta obra a referência que Inezil Penna Marinho teria sido oficial da Marinha, mas não tivemos como conferir esta informação.
102 Sobre a participação de alguns professores de educação física na repressão política no Estado Novo, através da polícia especial, vale a pena consultar o depoimento do Profº La Torre de Faria no livro de Castellani Filho (1991, p. 138).
http://br.oocities.com/capoeiranomade2/A_Educacao_Fisica_na_roda_de_capoeira_entre_a_tradicao_e_a_globalizacao-Paula_Silva.pdf#page=79
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